segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007
A propósito do referendo

Porque se vai realizar um referendo à descriminalização do aborto; porque faz este mês 20 anos que o Zeca Afonso morreu. E porque, apesar de ter 30 anos, é fantasticamente actual.
Arcebispíada
Zeca Afonso
Pregais o Cristo de Braga
Fazeis a guerra na rua
Sempre virados pr'ò céu
Sempre virados pr'à Virgem
A Santa Cruzada manda
Matar o chibo vermelho
Contra a foice e o martelo
Contra a alfabetização
Curai de ganhar agora
Os vossos novos clientes
Além do pide e do bufo
Amigos do usurário
Além do latifundiário
Amigo do Capelão
"Abre Nuncio Vade Retro
Querem vender a nação"
"A medicina é ateia
Não cuida da salvação"
Que o diga o facultativo
Que o diga o cirurgião
Que o digam as criancinhas
"Rezas sim, parteiras não"
Se o Pinochet concordasse
Já em Fátima haveria
Mais de trinta mil vermelhos
A arder de noite e de dia
Caridade, a quanto obrigas
Só trinta mil voluntários
"Cristo reina Cristo vinga"
Nos vossos santos ovários
E também nos lampadários
E também nos trintanários
"Abre Nuncio Vade Retro
Querem vender a nação"
Ó Carnaval da capela
Ó liturgia do altar
Já lá vem Camilo Torres
Com o seu fusil a sangrar
Igreja dos privilégios
Mataste o Cristo a galope
Também Franco, o assassino
Mandou benzer o garrote
(do álbum Enquanto há Força, 1977)
Texto excelente

O historiador José Mattoso escreve um texto excelente num blog do Sim.
Profundamente cristão, justifica a sua opção de voto no referendo e cita Cristo. Ainda se arrisca é a ser acusado de blasfémia.
quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007
Pelo próprio:
dois poemas de Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante
Meu Deus como eu sou paraliterário
à quinta-feira véspera do jornal
nadando em papel como num aquário
ejectando a minha bolha pontual
de prosa tirada do receituário
onde aprendi o cozido nacional
do boçal fingido o lapidário
- fora algum deslize gramatical -
receio que me chamem extraordinário
quando esta é uma prática trivial
roçando mesmo o parasitário
meu Deus dá-me a tua ajuda semanal
Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante, 1982
PRANTO POR MANUEL DOALLO
Podia-se ter esborrachado qualquer 23 de Agosto
véspera do San Bartolomé e ele na moto
correndo de Vitoria para as mozas de Ourense
e para as tazas em que era ainda mais exímio
e deixa-se morrer unha serán poñamos
por caso desolada agora pai de filhos
a última queixa: que lhe doía um braço
en troques há tanto sacana que parece de ferro
vaite ó carallo ó morte que me levas
o meu primo galego Manuel Doallo
morte merdeira
coisa ruim de cinza e névoa e cinza
nem nunca nestas terras se me eu lembro
houve um outro rapaz de tanto garbo
como il que era cáseque um rei e querem
que eu o chore e ao coração coitelo?
barqueira que mo levas puta infame
eu berro e berro à soedá do rio
Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante, 1982
Referendo «Cuidado com as imitações!»
Desde já, neste caso enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção.
Espalhem a notícia.
quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007
terça-feira, 6 de fevereiro de 2007
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007
sexta-feira, 26 de janeiro de 2007
FAP 2007

● n. Coimbra, 1.2.1937● filiação, José M. V. Assis Pacheco, médico, e Maria da Conceição Mendes de Assis Pacheco
● casado com Maria do Rosário Pinto de Ruela Ramos A. P. e pai de Rita, Ana, Rosa, Catarina, Bárbara e João R. R. A. P.
● licenciado em Filologia Germânica (Univ. Coimbra, com uma tese sobre Stephen Spencer e a poesia inglesa dos anos 30); breves estudos em Heidelberg, RFA
● em Coimbra: cofundador do CITAC; dos corpos gerentes do mesmo, e da secção de Turismo da AAC; participação em espectáculo do TEUC (no “Retabillo de Don Cristóbal”, de F. Garcia Lorca); bolseiro da secção de Espanhol da Fac. Letras para a Universidade de Verão Menéndez Pelayo, Santander, 1955
● tropa, 1961-1965: COM na EPC de Santarém; 1962/63 no RC3 de Estremoz; 1963-65 Angola, no B Cav 437 e depois no QG da RMA
● livros: Cuidar dos Vivos, 1963; Câu Kiên: um resumo, 1972; Catalabanza Quilolo e volta, 1976; Memórias do contencioso, 1976; Siquer este refúgio, 1978; Memórias do contencioso (2ª ed. definitiva), 1980; A profissão dominante, 1982; Variações em Sousa, 1984; Nausicaah!, 1984; A Bela do Bairro e outros poemas, 1986; Variações em Sousa (2ª ed., definitiva), 1987; [ Variações em Sousa, 2004; A Musa Irregular (2ª ed.), 1996; Respiração Assistida, 2003; A Musa Irregular (ed. definitiva), 2006 – poesia.] Walt, noveleta, 1978. [Retratos Falados, 2001 – perfis. Memórias de um Craque, 2005 – memórias. Trabalhos e Paixões de Benito Prada, 2002 – romance.] Participação em antologias portuguesas, brasileiras, espanholas e inglesas.
● No jornal: redactor de O Jornal a partir de meados de 1979; chefe de redacção do JL; director-adjunto do Se7e; repórter e colunista de livros
● Nos jornais: Diário de Lisboa, 1965-1971; República, 1972-74; Diário de Lisboa, 1974-79; Projornal de 1979 em diante. Redactor da revista Ele, com O’Neill e M. H. Leiria, em 1973-74. Breves colaborações no Record (Memórias de um craque) e Notícias da Tarde (Histórias da Civilização), e também no Musicalíssimo (1ª fase), Mais e Diário 16
● Suplente dos corpos gerentes do Sindicato dos Jornalistas e Associação Portuguesa de Escritores
● Esteve em reportagem: Espanha, França, Itália, RFA, Áustria, Chipre, Malta, Bélgica, Suíça, Dinamarca, EUA, Cabo Verde, S. Tomé, Angola, Congo, Zaire, RDA, Brasil
Contava não esticar o pernil antes de 1999, mas tropeçou sem querer [em 1995]
Texto elaborado pelo próprio Fernando Assis Pacheco [acrescentado de actualização bibliográfica] antes de 1991 e entregue, para o que desse e viesse, ao seu amigo e colega Afonso Praça. In Musa Irregular, Edições Asa, 1996.
A iniciativa Universo Pessoal de Fernando Assis Pacheco começa em dia de aniversário, 1 de Fevereiro, às 21h, com a inauguração de uma exposição que reúne objectos pessoais do poeta e jornalista. Confirmadas estão as presenças de João Rodrigues e de Tiago Rodrigues, que com ele privaram, e o actor Diogo Dória fará a leitura de alguns poemas de Assis Pacheco.
quarta-feira, 24 de janeiro de 2007
Pecado
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Decidi reciclar este post, que publiquei, em 2005 no efémero DJ Bonifácio, para dar a conhecer estes três pecadores dão pelo nome de TIGER LILLIES. São cínicos, criativos, divertidos, mordazes e subversivos! Esta faixa é do álbum 2 Penny Opera, de 2001
Aqui têm também a letra.
Bitch
That fucking bitch, she thought
she could get the better of me.
Well if I can't have my Macky,
then why the fuck should she?
I'd rather fuck up others' lives
than let them fuck up mine,
I'd rather see them suffering
than having a good time.
That fucking bitch, she thought
she could steal that man of mine.
Well tomorrow Macky hangs,
he hangs from the line.
Well Macky, I did love you,
I loved you more than she.
That bitch she won't have you
if you won't be with me.
I'd rather watch you drown
than with her watch you swim.
I just can't stand losing you
and let that bitch win!