sábado, 24 de fevereiro de 2007

Visita relâmpago à China


Clique-se na imagem...

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Revisitar Fernando Assis Pacheco
na Casa Fernando Pessoa


Nova sessão no âmbito da exposição O Universo Pessoal de
Fernando Assis Pacheco
, hoje pelas 21 e 30 na Casa Fernando Pessoa (em Lisboa).
Fernando J.B. Martinho e Abel Barros Baptista falam sobre a obra de FAP e o poeta Pedro Tamen lê poemas do amigo, que está a ser homenageado.
Entretanto, ouçam este registo autobiográfico, captado durante um
seminário sobre Língua Portuguesa, que decorreu, em São Paulo, Brasil, no longínquo ano de 1983.

"Sim" com 90,41% dos votos na minha terra!

Foto encontrada em http://hbras.no.sapo.pt/aljustrel.html

Desculpem o post tão tardio, mas tenho estado a comemorar:

"Tralalalalalalala
Morreram nas tuas minas...
Tralalalalalalala
Morreram tantos mineiros, vê lá!
Vê lá companheiro, vê lá!
Vê lá como venho eu...
Tralalalalalalala
Trago a cabeça aberta...
Tralalalalalalala
Que me abriu uma barreira, vê lá!
Vê lá companheiro, vê lá!
Vê lá como venho eu...
Tralalalalalalala
Trago a camisa rota...
Tralalalalalalala
E sangue de um camarada, vê lá!
Vê lá companheiro, vê lá!
Vê lá como venho eu...
Tralalalalalalala
Santa Barbara bendita...
Tralalalalalalala
Padroeira dos mineiros, vê lá!
Vê lá companheiro, vê lá!
Vê lá como venho eu..."

Este é o hino dos mineiros de Aljustrel, inspirado, em Nel Pozu Maria Luisa, um canto anarquista dos mineiros das Astúrias, durante a Guerra Civil de Espanha.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

O gajo passou-se!

Quando, Lang Lang, o génio do piano, enloqueceu momentaneamente.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

A propósito do referendo


Porque se vai realizar um referendo à descriminalização do aborto; porque faz este mês 20 anos que o Zeca Afonso morreu. E porque, apesar de ter 30 anos, é fantasticamente actual.


Arcebispíada

Zeca Afonso

Pregais o Cristo de Braga
Fazeis a guerra na rua
Sempre virados pr'ò céu
Sempre virados pr'à Virgem
A Santa Cruzada manda
Matar o chibo vermelho
Contra a foice e o martelo
Contra a alfabetização
Curai de ganhar agora
Os vossos novos clientes
Além do pide e do bufo
Amigos do usurário
Além do latifundiário
Amigo do Capelão
"Abre Nuncio Vade Retro
Querem vender a nação"
"A medicina é ateia
Não cuida da salvação"
Que o diga o facultativo
Que o diga o cirurgião
Que o digam as criancinhas
"Rezas sim, parteiras não"

Se o Pinochet concordasse
Já em Fátima haveria
Mais de trinta mil vermelhos
A arder de noite e de dia
Caridade, a quanto obrigas
Só trinta mil voluntários
"Cristo reina Cristo vinga"
Nos vossos santos ovários
E também nos lampadários
E também nos trintanários
"Abre Nuncio Vade Retro
Querem vender a nação"

Ó Carnaval da capela
Ó liturgia do altar
Já lá vem Camilo Torres
Com o seu fusil a sangrar

Igreja dos privilégios
Mataste o Cristo a galope
Também Franco, o assassino
Mandou benzer o garrote

(do álbum Enquanto há Força, 1977)

Texto excelente


O historiador José Mattoso escreve um texto excelente num blog do Sim.
Profundamente cristão, justifica a sua opção de voto no referendo e cita Cristo. Ainda se arrisca é a ser acusado de blasfémia.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Pelo próprio:
dois poemas de Fernando Assis Pacheco



A Profissão Dominante

Meu Deus como eu sou paraliterário
à quinta-feira véspera do jornal
nadando em papel como num aquário
ejectando a minha bolha pontual

de prosa tirada do receituário
onde aprendi o cozido nacional
do boçal fingido o lapidário
- fora algum deslize gramatical -

receio que me chamem extraordinário
quando esta é uma prática trivial
roçando mesmo o parasitário
meu Deus dá-me a tua ajuda semanal

Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante, 1982



PRANTO POR MANUEL DOALLO

Podia-se ter esborrachado qualquer 23 de Agosto
véspera do San Bartolomé e ele na moto
correndo de Vitoria para as mozas de Ourense
e para as tazas em que era ainda mais exímio

e deixa-se morrer unha serán poñamos
por caso desolada agora pai de filhos
a última queixa: que lhe doía um braço
en troques há tanto sacana que parece de ferro

vaite ó carallo ó morte que me levas
o meu primo galego Manuel Doallo
morte merdeira
coisa ruim de cinza e névoa e cinza

nem nunca nestas terras se me eu lembro
houve um outro rapaz de tanto garbo
como il que era cáseque um rei e querem
que eu o chore e ao coração coitelo?

barqueira que mo levas puta infame
eu berro e berro à soedá do rio

Fernando Assis Pacheco
A Profissão Dominante, 1982

Referendo «Cuidado com as imitações!»

Sérgio Godinho pôs a circular este comunicado. Urge espalhar a notícia:

ESPALHEM A NOTÍCIA ou CHAMEM A POLÍCIA ?
Acabo de receber, por vários amigos, a notícia: um "blogue do não" usou nas suas páginas uma canção minha, para, em última análise, promover os seus pontos de vista em relaçao ao referendo de Domingo.
Para mim, não é um assunto novo. Muitas vezes, canções inteiras foram usadas em contextos ampliados — e muitas vezes amplificados. E muitas outras se apropriaram de frases minhas para dizer — e pensar — outras coisas. Goste ou não goste (e gosto várias vezes) acho que tudo isso faz parte de qualquer acto creativo. Se não o quisesse expor a esse risco, guardava-o na gaveta.

Só que há limites, claro.

Desde já, neste caso enganaram-se, não só na intenção, mas no próprio título da canção.
Em vez de "Espalhem a notícia" deviam ter posto (e postado) "Chamem a polícia"...
A minha canção é uma elegia à qualidade da vida, e também à alegria consciente de dar à luz um novo ser.
Nada que se pareça com humilhação, falsas promessas de apoio a gravidezes indesejadas, sugestões de trabalho comunitário para substituir penas de prisão, e outra pérolas que tais.
E sim, sim à vida que a canção exalta e reconhece.

Espalhem a notícia.
Sérgio Godinho

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Algarve, Portugal, Summer 2005

terça-feira, 6 de fevereiro de 2007

Cecilia Bartoli canta Haydn

Desculpem a insistência, mas a mulher tem uma voz maravilhosa.

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2007